O grupo farmacêutico francês Sanofi anunciou sua acusação de "engano agravado" e "lesão involuntária" no caso da comercialização do antiepilético Depakin, no final de uma investigação iniciada em setembro de 2016. A molécula básica, a valproato de sódio, é comercializado desde 1967 sob a marca Depakin da Sanofi, mas também com marcas genéricas e também é prescrito para transtorno bipolar, mas apresenta alto risco de lesão ao feto se for tomado por uma mulher grávida.
A investigação teve como objetivo determinar se havia um responsabilidade da empresa farmacêutica que consiste em manter o silêncio sobre os danos que o Depakine durante a gravidez pode acarretar. A investigação obedeceu a um procedimento lançado em maio de 2016 por iniciativa da Associação de Assistência aos Pais de Crianças com Síndrome do Anticonvulsivante (Apesac), que representa 4.000 pessoas, metade das quais são crianças doentes.
"Esta é uma reversão do processo", afirmou ele. Eu Charles Joseph-Oudin, Advogado da Apesac, contatado pela Agence France-Presse (AFP). "A Sanofi está enfrentando uma posição de negação de responsabilidade cada vez mais difícil de manter", acrescentou o advogado. Segundo ele, cerca de quarenta pessoas entraram com uma queixa criminal neste caso "de extrema gravidade e que realmente afeta milhares de vítimas".
O grupo farmacêutico alega, por seu lado, ter sempre cumpriu suas obrigações de informação e alertar as autoridades de saúde desde o início dos anos 80 dos riscos de malformação fetal e, a partir de 2003, dos riscos de desenvolvimento neurológico, mas sem uma reação imediata das autoridades.
Depakine e seus derivados causaram defeitos congênitos graves de 2.150 a 4.100 crianças desde 1967, de acordo com uma avaliação da Agência Francesa sobre a segurança dos medicamentos.